




CEMITÉRIO
No cemitério tudo é morte.
Homens e mulheres
Deitados eternamente.
Como o Brasil?
Em berço esplêndido?
Acredito que não.
É um lugar em que ninguém
Deseja estar,
Mas onde todos estaremos um dia,
Ou quase todos.
Há os que preferem ir se
Familiarizando com o Inferno
No fogo e no calor
Da cremação.
Bonecos de cera derretendo
Gordura.
O triste espetáculo do fim
Que vem anunciado desde o começo.
Como disse Eliot em East Coker:
“Em meu princípio está meu fim”.
As flores sobre o túmulo também estão
Mortas.
Empalideceram e murcharam com o Sol,
Mesmo as de plástico.
E deverão ser substituídas
Pois ali estão não para regozijo dos mortos
Mas para os olhos dos vivos
Quando por ali eles passam.
A morte devora tudo!
Tudo afinal está morto.
O tempo dos mortos tem a sua medida:
A eternidade é a sua hora.
fonte jjLeandro · Araguaína, TO
Jornalista e escritor, 46, residente em Araguaína -To. Autor do livro de poesias Quase Ave, com o qual ganhou o concurso literário nacional para autores inéditos Cora Coralina em 2002, em Goiânia
fotografias Anderson ferreira lemes Assis Sp
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